15.1.11

Memento de mim para mim mesma – como a maioria dos mementos.

Segue confiante a estrada que pinto e sem jamais titubear, eu sou teu apoio. Não que necessites de um, mas insisto: serei teu suporte. Observa que às vezes o pincel deslizará incongruente e manchará uma parte ou o todo da arte; quando ocorrer prepara-te, pois é chegada a hora de usar tudo o que aprendeste anteriormente para a transformação do “erro” – se para melhor ou pior vai depender de ti. Em caso de desespero, lembra-te: é apenas um pouco de tinta numa tela, o que há de tão assustador nisso? De um traço crias uma fênix, de uma gota uma pipa, do preto um contorno para teu arco-íris ou a silenciosa noite que te acalma. Pintamos juntas, tu e eu, nossa aparente abstração. Não temas, vivencie sem pressa. Saberás o que digo a medida em que o tempo correr. Estaremos juntas, estarei contigo. Vieste aqui para aprender, teu espírito assim escolheu. Apenas segue confiante a estrada que pinto e sem jamais titubear. A vida te ama e resguarda; e eu também.


Às vezes costumo deixar cartas e bilhetes para mim mesma - tipo diário. Certa vez durante minha passagem pela Inglaterra escrevi uma carta enorme - estava muito feliz resolvi registrar essa felcidade em palavras, para ler no futuro, sei lá, caso precisasse. Deixei salvo num arquivo em meu pc e esqueci. Na semana que perdi minha avó, ano passado, estava eu procurando um arquivo de texto e adivinha? Pois é, era tudo o que eu precisava ler.

13.1.11

Mon Petit Paradise

Por fim, deitou a expressividade castanha de sua íris em meus olhos admirando talvez o pouco de racionalidade que teimosamente sustantava-me. Desejava-me... desejava-lhe... desejavamo-nos em silêncio. Amanhecia quando a sofreguidão de seu alento misturou-se ao meu. A sede enebriante que ela carregava em seus lábios consumia-me com a lascívia de quem peca por vontade... e maquiavélicamente. Beijavamo-nos devagar, saboreando uma a outra sem qualquer vestígio de finalidade. Em sua língua minha embriagues aflorava aos poucos, de tal sorte, que o corpo que um dia me pertenceu agora destinava-se a outro... ao dela. Suas mãos deslizavam sem pressa sobre o tecido que me encobria equanto a boca convencia-me a não oferecer qualquer tipo de resistência. Minhas mãos vagarosamente percorriam a parca nudez exposta em seu pescoço entrelaçando-se cuidadosamente aos longos fios de cabelo. Desejava tê-la em mim. Nossos instintos acariciavam-se lenta e voluptuosamente... o começo do fim... a efemeridade de um deleite adormecido... sem mais por hora.


Seria verdade...?

17.9.07

Por isso...

Aos que acompanham minhas palavras

1) Nem sempre escrevo sobre o hoje exatamente hoje – nem sempre escrevo sobre o meu hoje. Hoje pode durar um dia inteiro, uma vida inteira, alguns segundos ou nada disso. Por isso não me cobre coerência.

2) Ofertei a mim mesma o direito de escolher ter vários caminhos para um mesmo objetivo. Não sei, e possivelmente nunca saberei qual o certo. Mas posso afirmar que existe o sincero desejo de descobrir. Não me cobre coerência.

3) Eu sei contar piada – sei até mais de uma sabia? Por isso se você topar comigo pessoalmente e lembrar-se desse blog, não me cobre coerência.

4) Por fim, contradição é a mais antiga das artes, por isso não me cobre coerência.

16.9.07

Sentimentos de carne e osso

A condição era existir até o presente momento, apenas existir diante dos meus sentidos. Isso me bastava, me inspirava, me aquietava. Por muitos anos segui o lema da “superficialidade das coisas abrolhando profundos pensamentos”. E como escritora frustrada era feliz assim (acho), mas como mulher não.

Meu atrevimento humano, cada vez mais insolente, aos brados declarou guerra. Sinto o calor de o seu alento ecoar acompanhando os versos de soberbo desespero. Percebo que minha alma quer profundidade também nas coisas. Não quer mais interpretar, quer sentir. É como se agora ela precisasse disso como, talvez, jamais necessitei.

Ambiciono um tipo diferente de inspiração vital - tipo que ainda desconheço, mas sei de onde pode vir.




Preciso caminhar com mais freqüência entre gente de verdade - por dentro e por fora delas. Preciso de sentimentos de carne e osso.

13.9.07

Solteiro



Acima das acepções que essa palavra possui, solteiro(a) me remete a “solto”. Descompromissado, desgarrado e a maioria das assertivas que fazem referência a liberdade.

“Solteiro” não faz alusão à solidão em meu contexto e por isso, talvez, não me apegue com tanta facilidade – haja vista que tal palavrinha teima em traduzir algo positivo.

Refletindo um pouco mais sobre o tema, cheguei à conclusão óbvia de que posso ser mal interpretada por pensar dessa forma – aliás, sou mal interpretada por isso.

Os que associam a palavra à promiscuidade me apontam – o que é engraçado uma vez que a interpretação deles não é a minha (sendo assim, quem é o promíscuo afinal?). Uma pena que me vejam dessa forma, uma pena mesmo.

O fato, é que eu não entraria num relacionamento sem um mínimo de amor atualmente. Se para algumas pessoas eu sou um dos seres mais frios, complexos, insensíveis e por que não dizer, "indiferentes da face da Terra" devido a isso... Paciência.



(calma, o conto das 3 Marias tem continuidade sim)


9.9.07

Ela, eu, nós.



Existem, pelo menos, duas mulheres alicerçando esta que agora redige aos senhores. Uma conta as histórias, a outra as vivencia – mas nem sempre.

Antes que pensem, não se trata de um caso de múltiplas personalidades ou de um enredo medíocre para filme de terror barato. Elas, as tais, não me fogem a consciência. Elas se reconhecem, eu as reconheço, todas são uma só, sou eu.

[Confuso?]

Seria um caso de natureza versus comportamento, id versus superego? Intrigante.

Por fim, a quantidade é irrelevante. A razão que me motiva a registrar essa “consciência” reside nas características das mulheres que possuo - e posso ser. Ter várias mulheres dentro de si é fácil, difícil é manter-se “pessoa coerente” com tanta disparidade.

Felizmente, aos poucos percebo maneiras para diminuir a dessemelhança entre uma e outra. Quem sabe um dia meu discurso fique mais coerente, preciso e homogêneo...



Será que algum ser humano é capaz disso?

29.8.07

Comentário



Não é impressão, eu mudei de assunto e larguei o conto no bolso.
[Não estava mais espontâneo.]
Quem sabe um dia ;)

Bonjour.


Indicação - só me remete aos papos das meninas da faculdade: surreais, mas divertidíssimos:
www.patifariatotal.blogger.com.br

Saramago

"Então deixe-se ficar comigo, que me sinto a flutuar, como se não tivesse a certeza de ser o que julgo ser,
Às vezes penso que talvez fosse preferível não sabermos quem somos..."

(José Saramago - A caverna)



http://sabotagem.revolt.org/sites/sabotagem/files/saramago_a_caverna.pdf.

27.8.07

Alegría

Cirque Du Soleil "Alegría"
Ontem a noite, nada de sono, ligo a tv no fantástico e deparo com uma parte da apresentação de "Alegría" do Cirque du Soleil. Após um rompante de emoção e total "abobalhamento", concluo: é tão lindo que até os palhaços me fariam chorar.

Alguém me convida pro Rio de Janeiro?